Nos dias
24 e 25 de abril participei de reuniões nas aldeias Colorado, Serrinha e São
Luis, na Terra Indígena Rio Branco, em Alta Floresta D’Oeste-RO,
juntamente com Henyo Barreto, Diretor Acadêmico do IEB – Instituto
Internacional de Educação do Brasil e coordenador do Projeto Conservação da
Biodiversidade em
Terras Públicas da Amazônia Brasileira, que tem como uma de
suas atividades o Fortalecimento Institucional de Organizações Indígenas. Cada
uma das reuniões teve a participação de mais ou menos 20 indígenas.
As lideranças da Associação Indígena Doá Txatô haviam pedido assessoria ao IEB para o desenvolvimento organizacional da associação há alguns meses. Henyo visitou algumas aldeias em setembro de 2011, mas na ocasião não havia possibilidade de trabalhar com eles. Viabilizadas as condições, voltamos para confirmar o interesse e planejar o início dos trabalhos. Aproveitamos para oferecer a assessoria também para a Associação Wayãpá, da mesma Terra Indígena.
A
associação como ferramenta e para
fazer juntos também foram as ideias centrais da proposta apresentada:
- Uma ferramenta é escolhida dependendo do que queremos fazer. Então, ter objetivos claros é fundamental. Esses objetivos devem ser definidos coletivamente e estarem muito claros para todos os associados. É preciso divulgar e, se necessário, rever os objetivos da associação em processo participativo;
- A ferramenta precisa ser boa, estar funcionando bem para poder nos auxiliar no que queremos realizar. Para isso, é preciso estar com a documentação regularizada e os órgãos administrativos funcionarem bem;
- Precisamos saber como manejar uma ferramenta para que ela seja bem utilizada. Todos precisam saber bem o que é uma associação, sua importância e como trabalhar com ela. Processos de capacitação em serviço devem ser realizados para dirigentes, conselheiros e demais pessoas que trabalham diretamente na organização possam desempenhar bem as suas funções;
- Por fim, não adianta termos uma excelente ferramenta se não a utilizamos. Uma associação não funciona bem pelo simples fato de existir no papel. Precisa da atuação de todos os seus membros. O que dá vida a uma ferramenta são as mãos que a manejam. É preciso executar processos participativos de diagnóstico, planejamento, execução e avaliação das atividades e de seus resultados.
Nas
reuniões nas aldeias Colorado e Serrinha foi apresentada a proposta. Os
dirigentes da Wayãpá ficaram de conversar nas aldeias antes de dar uma resposta. Na
aldeia São Luis nos reunimos para elaborar juntos um plano de trabalho para os
próximos 6 meses com a Doá Txatô:
- Fazer um Diagnóstico Organizacional com a diretoria; elaborar uma proposta de reforma do Estatuto e conversar com os diretores e membros do Conselho Fiscal sobre as suas atribuições e trabalho em equipe;
- Realizar diagnósticos e planejamentos participativos nas aldeias, divididas em dois grupos;
- Realizar uma assembléia geral para, entre outras coisas, validar o planejamento e submeter para aprovação a proposta de reforma do Estatuto.
Depois de
realizadas essas atividades, vamos planejar as consultorias para o
desenvolvimento das habilidades necessárias aos dirigentes, conselheiros e
coordenadores de grupos de atividades para executarem, junto com os demais
associados, o planejamento aprovado pela assembléia.
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