À convite
da Conservação Internacional – Brasil estive nos dias 10 a 12 de maio na comunidade
de Cumuruxatiba, no município de Prado – BA, para uma oficina sobre gestão de
associações com representantes de 7 associações da região, principalmente de
pescadores artesanais.
Entre os
vários aspectos abordados, inclusive vários deles já relatados em outras
postagens, teve destaque a necessidade de maior participação dos associados
para que as organizações atinjam os seus objetivos.
Além da
divisão de tarefas e trabalho em equipe dos diretores e conselheiros, foi
tratado também que outras pessoas podem contribuir para o desenvolvimento das
atribuições dessas lideranças, tanto em tarefas administrativas como de
organização de atividades nas comunidades e representação em eventos externos.
Atividades
e projetos podem ser coordenados por pessoas da comunidade que tenham
conhecimento ou afinidade com os respectivos temas, mobilizando outros para
participarem das ações.
Um dos líderes
se queixou de que estava passando a maior parte de seu tempo em reuniões,
encontros, cursos, etc., ficando muito fora de casa. Ele mesmo sugeriu que
seria bom dividir esses compromissos com outras pessoas da associação para que
isso não pese para ninguém. Regularmente poderiam se reunir para trocar
informações sobre os eventos que participaram. Além de não pesar apenas para
uma ou duas lideranças, a participação nessas e em outras atividades contribui
para a formação de novos líderes e possíveis diretores e conselheiros,
propiciando a alternância dos líderes comunitários nos cargos de direção, tão
difícil para muitas associações.
A
comunidade também deve participar mais efetivamente das articulações com outras
organizações e órgãos governamentais. Se essas lideranças são representantes de
suas associações, é preciso que os associados tenham não só informações, mas
participem efetivamente da formulação de estratégias e posicionamento a ser
adotado. Esse diálogo deve ser constante para que a representação seja
legítima: como alguém pode se considerar representante de sua associação se não
perguntou para os associados qual posição deve ser adotada?
Em
momentos críticos, mobilizada e articulada por essa prática participativa, a
comunidade deve ser chamada a atuar concretamente nas ações de negociação e pressão.
Os
dirigentes da associação devem estar atentos para não concentrarem as
atividades e decisões em suas mãos, mas dividi-las com os demais. Afinal, o melhor dirigente não é aquele que faz
muita coisa sozinho, mas aquele que mobiliza mais gente para fazer junto.
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