Com essa frase uma das participantes terminou sua avaliação sobre o Curso Captação de Projetos de
Temática Ambiental, com enfoque no fortalecimento institucional/gestão de
associações, promovido pelo Instituto Sociedade, População e Natureza –
ISPN, que teve seu último módulo realizado nos dias 06 e 07 de agosto, em
Brasília.
Nestes três módulos, realizados em maio, junho e
agosto, procuramos não só repassar as técnicas para elaboração de projetos, mas
uma metodologia de trabalho para a associação diagnosticar as suas necessidades
e de seus associados, planejar e buscar juntos recursos de forma participativa.
Cada módulo presencial foi seguido de um período de trabalho nas comunidades
para a prática das atividades aprendidas. Outro diferencial foi o curso não ser
apenas um momento de formação, mas já iniciar um processo de trabalho, com
vistas a resultados concretos durante a sua realização.
Relembrando rapidamente o que já foi relatado em
maio e junho, após o primeiro módulo presencial, os participantes fizeram um
diagnóstico organizacional e planejamento em suas associações, com a
participação de diretores, principalmente. Fizeram também diagnóstico e
planejamento participativo com o público alvo, que em alguns casos são
comunidades e em outros organizações que são apoiadas e assessoradas. Após o
segundo módulo, elaboraram um projeto de forma participativa, que deveria ser
embasado no planejamento feito anteriormente, com vistas a ser enviado para um
financiador. Alguns se enquadravam em um edital publicado pelo próprio ISPN, de
apoio a pequenos projetos ecossociais, e foram apresentados por 9
participantes. Expirado já o prazo para entrega de propostas, estão sendo
avaliados junto com dezenas de outros projetos de associações que atuam nos
biomas caatinga e cerrado. No primeiro dia foram recebidas 90 propostas, segundo
informação dada no primeiro dia deste terceiro módulo.
Ao
descreverem no início do módulo como o curso estava ajudando a elaborar seus
projetos e, no final, ao avaliarem o curso deixaram claro como a metodologia
utilizada foi apropriada e como ajudou, não só a elaborar projetos, mas a
melhorar o funcionamento da associação e sua relação com as comunidades:
·
A metodologia do curso em módulos, com intermódulos nas comunidades
foi muito acertada. Esse tempo foi ideal para atender aos objetivos. Se tivesse
juntado em 1 mês ou mesmo 1 semana, não teria o mesmo resultado.
·
O diferencial deste curso foi a metodologia. Poder trabalhar com a
comunidade, colocar a mão na massa, ter a orientação do professor. Vamos buscar
recursos para a associação e agora temos mais chances de ser contemplados.
·
A associação ficou desestruturada por causa do processo como foi
feito o estudo antropológico da comunidade, que é quilombola. Começamos a
reorganizar a associação de acordo com o livro. Um contador, que é da
comunidade, organizou a papelada; organizamos atividades para captar recursos
para os custos da regularização. Fizemos o Diagnóstico Participativo, mesmo com
a falta de alguém capacitado para me ajudar. Tivemos um grande avanço nesse
processo.
·
Com esse curso mudou a forma de ver os problemas, de como
resolvê-los, passando assim a ter mais clareza da situação problema real. Agora
somos capazes de desenvolver um projeto em cima de qualquer problema que se
apresentar, sem tanta dificuldade, dentro de uma lógica clara e elucidadora,
graças ao quadro de diagnóstico que praticamente nos dá todos os elementos de
um bom projeto.
·
Estamos tendo melhor entendimento sobre a lógica do projeto, a importância
de se ter o diagnóstico atualizado, a comunidade como foco das ações. Nos
ofereceu maior conhecimento e aprendizagem.
·
O Diagnóstico e o Planejamento Participativos permitem que se
tenha todos os elementos para a elaboração do projeto. Alguns dirigentes querem
fazer do jeito deles. Agora temos claro que precisa ouvir a comunidade. Esses
dirigentes precisam ser formados para isso.
·
Este projeto teve muitas mudanças no processo de elaboração. A 1ª
mudança foi a discussão da proposta com a diretoria, queria que todos
contribuíssem. Depois levamos a discussão para a comunidade. Sabíamos da
necessidade da comunidade, mas era preciso que eles nos ajudassem expondo a sua
situação e o anseio por mudanças. Depois de discutir com a comunidade,
visitamos os lugares mais prováveis para implantar. Em seguida juntamos um
grupo de 4 pessoas e dividimos as tarefas. Três pessoas se encarregaram de
escrever o projeto e a quarta pessoa ficou responsável de constituir uma
parceria com a prefeitura local. A grande mudança foi que agora eu sigo os
passos que aprendi neste curso. E a segunda e não menos importante é que agora
eu busco uma maior participação da comunidade e da diretoria. O projeto não é
meu, agora é nosso.
·
Fazer um projeto se utilizando das técnicas que aprendemos é mais
eficiente, principalmente para a obtenção de um projeto com mais perspectivas
de resolução dos problemas que precisam ser resolvidos.
·
Reunidos com as comunidades, percebemos que muito do que tínhamos
pensado não se adequava e tivemos que mudar.
Se não for assim, vai ter problema na hora da execução. Fizemos várias
parcerias. O curso ajudou significativamente e acredito que o projeto ficou
bom.
·
Foi inovador conversar com os catadores [de material reciclável] e
eles dizerem e decidirem o que queriam no projeto.
·
A gente sabe que tem que fazer junto, mas acaba fazendo sozinho. Eu
estava com dificuldade para fazer o projeto, fui rever o livro Associação é para fazer juntos e fui para a
comunidade para elaborarmos juntos. Também quiseram que eu fizesse sozinha, mas
insisti em fazermos juntos, conversamos e vimos o que a comunidade precisava.
Refletimos sobre a associação e resolvemos que o projeto deveria ser para
fortalecer a associação (formação dos diretores e líderes de comunidades). A
metodologia que está sendo utilizada aqui contribuiu muito. Associação de fato é para fazer juntos. Não tem outro
jeito.
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