Cidadania também é para fazer juntos!

CIDADANIA TAMBÉM É PARA FAZER JUNTOS!

Associação é para fazer juntos. O título desta publicação, lançada pelo IEB - Instituto Internacional de Educação do Brasil, no início de dezembro de 2011, já exprime o que será tratado em seus capítulos: que a criação de uma associação deve ser resultado de um processo coletivo e sua atuação deve ser marcada também pela participação efetiva de seus associados.


É o resultado de 10 anos de trabalho com organizações comunitárias e regionais indígenas, quilombolas, de ribeirinhos, agricultores familiares e outros, aprofundando e atualizando o que já foi publicado anteriormente em Gestão de associações no dia-a-dia.

Este blog nasceu como um espaço para troca de conhecimentos e experiências de quem trabalha para o desenvolvimento de organizações comunitárias e outras.

A partir de 2018 passou a ser também um espaço para troca de ideias e experiências de fortalecimento da cidadania exercida no dia-a-dia, partilhando conhecimento e reflexões, produzindo e disseminando informações, participando de debates, dando sugestões, fazendo denúncias, estimulando a participação de mais pessoas na gestão das cidades onde vivem.

Quem se dispuser a publicar aqui suas reflexões e experiências pode enviar para jose.strabeli@gmail.com. Todas as postagens dos materiais enviados serão identificadas com o crédito de seus autores.

É estimulada a reprodução, publicação e uso dos materiais aqui publicados, desde que não seja para fins comerciais, bastando a citação da fonte.

José Strabeli




domingo, 30 de setembro de 2012

Também na Comunidade Nova Xioma Associação é para fazer juntos



Estive novamente em Boca do Acre, no sul do Amazonas, nos dias 17 a 21 de setembro, para dar continuidade ao trabalho de desenvolvimento organizacional de 12 associações de trabalhadores agroextrativistas, desta vez para fazer o diagnóstico organizacional juntamente com dirigentes daquelas organizações.

Chamou a atenção o relato das atividades da Associação dos Produtores Rurais da Comunidade Nova Xioma feito pelo seu presidente, Mário Souza da Cruz. Depois de atuar nos últimos anos no Conselho Fiscal, foi eleito em julho deste ano para o cargo de presidente.

Segundo Mário, moram nessa comunidade tradicional 42 famílias, que vivem da produção de castanha, extração de látex, farinha de mandioca, feijão, arroz, criação de porcos e galinhas, além de outros produtos da roça.

Relatou que nos seus anos de trabalho na associação, aprendeu que ao planejar atividades não se pode deixar indefinido quem serão os responsáveis: “Dizer que é para todo mundo trabalhar, não acontece. Combinar que metade trabalhará em um dia e a outra metade em outro, também não funciona. É preciso definir o nome de cada um que se propõe a ajudar naquela atividade. É preciso escrever o que vai ser feito, quem vai fazer e quando.”

De acordo com ele, a nova diretoria está entrosada e todos trabalhando para a associação funcionar bem. “O secretário está procurando compradores para os nossos produtos. Em toda reunião da diretoria, que acontece no último domingo do mês, tem coisa nova para contar.”

A Associação Nova Xioma faz parte do Fórum de Desenvolvimento Sustentável de Boca do Acre, que tem focado sua atuação na regularização fundiária através da Secretaria do Patrimônio da União e do Programa Terra Legal. Antes de ser feito o estudo pelos órgãos governamentais, reuniram-se para definir entre eles um plano de uso da terra para apresentar aos técnicos, evitando assim que desentendimentos entre eles prejudicassem o andamento do processo de regularização.

Ganharam uma caminhonete usada e, para apressar a doação, se propuseram e fizeram uma cotização entre eles para o conserto. Para a construção da escola, contaram com a doação de materiais pela prefeitura e a comunidade entrou com a madeira e a mão de obra. Divididos em grupos, se encarregaram da construção.

Estão negociando um empréstimo bancário para a compra de equipamentos agrícolas, para aumentar sua produção para a geração de renda. Como uma experiência piloto, um grupo de 10 produtores está plantando 1 hectare de banana e 1 de abacaxi. A produção deverá ser comercializada pela associação. Dessa forma terão melhores condições para negociar o preço, a forma de pagamento e escoamento, além de gerar recursos para a manutenção de sua organização.

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