Nos dias 03 a 09 de setembro, junto com
Rachel Lange, assistente de campo do IEB, acompanhados por Valdecy, recém
empossado presidente da Associação dos Moradores e Amigos da RDS do Juma -
AMARJUMA, em Novo Aripuanã, sul do Amazonas, realizamos mais uma etapa do
Diagnóstico e Planejamento Participativos da associação. Fizemos 4 reuniões com
representantes de 7 comunidades do Rio Aripuanã.
Em cada
reunião, antes de iniciar o diagnóstico foi falado sobre os objetivos e
funcionamento de uma associação, dando ênfase para a participação dos
associados. Utilizamos a metáfora sugerida por uma liderança indígena da
Associação Doá Txatô, em Alta Floresta – RO, da associação funcionando como um
corpo. Ela tem se mostrado uma forma bastante eficaz para os associados entenderem
que a associação não é só o presidente, que deve resolver todos os problemas,
mas sim os associados trabalhando juntos para atingir seus objetivos. Ajuda
também a entender que o trabalho dos associados deve ser organizado, por
exemplo, em grupos por atividades nas comunidades, além de dividirem com a
diretoria a participação em reuniões para a discussão de temas relevantes e as
tarefas administrativas. Cabe à diretoria, que é “a cabeça”, identificar as
pessoas com potencial e disposição, mobilizar e organizar essas pessoas para
trabalharem juntas, afinal dividir tarefas também é fazer juntos.
Os
problemas foram discutidos, algumas vezes em grupos, dependendo do número de
pessoas, priorizados e transformados em objetivos: O que vocês pretendem fazer com os recursos da
RDS para viverem felizes aqui? Atividades,
recursos, prazos, responsáveis e parceiros foram definidos coletivamente.
Em vários
momentos do planejamento, quando perguntados sobre quem era o responsável por
realizar as atividades para atingir determinado objetivo, lembravam: É esse menino aí. Os associados trabalhando juntos.
Nas
avaliações destacaram a importância de serem ouvidos sobre os problemas que
enfrentam e como devem ser solucionados. Também ficou claro que devem valorizar
as potencialidades das comunidades para a solução de seus problemas e melhorias
que pretendem conseguir. Devem aproveitar as oportunidades que podem ser
oferecidas por parceiros e financiadores, de forma complementar aos seus
próprios meios, mas não podem ficar esperando só por isso. Ao reivindicar políticas públicas do governo, não devem apenas entregar um documento e ficar esperando indefinidamente por uma resposta. Devem ser criativos na elaboração de estratégias e persistentes. Lembrando a clássica
música de Chico Buarque: Ouça um bom conselho / Que lhe dou de graça / Inútil dormir que a dor não passa. / Espere sentado ou você se cansa. / Está provado, quem
espera nunca alcança.
Os planos
propostos nessas e reuniões e nas outras realizadas em julho serão
sistematizados. Em reunião a ser realizada no início de outubro com os
conselheiros de setor, será complementado e validado para dar origem ao Plano
de Ação da associação.
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