Cidadania também é para fazer juntos!

CIDADANIA TAMBÉM É PARA FAZER JUNTOS!

Associação é para fazer juntos. O título desta publicação, lançada pelo IEB - Instituto Internacional de Educação do Brasil, no início de dezembro de 2011, já exprime o que será tratado em seus capítulos: que a criação de uma associação deve ser resultado de um processo coletivo e sua atuação deve ser marcada também pela participação efetiva de seus associados.


É o resultado de 10 anos de trabalho com organizações comunitárias e regionais indígenas, quilombolas, de ribeirinhos, agricultores familiares e outros, aprofundando e atualizando o que já foi publicado anteriormente em Gestão de associações no dia-a-dia.

Este blog nasceu como um espaço para troca de conhecimentos e experiências de quem trabalha para o desenvolvimento de organizações comunitárias e outras.

A partir de 2018 passou a ser também um espaço para troca de ideias e experiências de fortalecimento da cidadania exercida no dia-a-dia, partilhando conhecimento e reflexões, produzindo e disseminando informações, participando de debates, dando sugestões, fazendo denúncias, estimulando a participação de mais pessoas na gestão das cidades onde vivem.

Quem se dispuser a publicar aqui suas reflexões e experiências pode enviar para jose.strabeli@gmail.com. Todas as postagens dos materiais enviados serão identificadas com o crédito de seus autores.

É estimulada a reprodução, publicação e uso dos materiais aqui publicados, desde que não seja para fins comerciais, bastando a citação da fonte.

José Strabeli




sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Diagnóstico Participativo em aldeias do Tumucumaque


Dando continuidade ao trabalho de desenvolvimento organizacional das associações indígenas do Tumucumaque, no Amapá, promovido pelo Iepé, moderei nos dias 21 e 22 de agosto uma reunião com pouco mais de 30 caciques e lideranças para a realização de um diagnóstico de suas aldeias para a elaboração de um planejamento das ações da Associação dos Povos Indígenas Tiryó, Kaxuyana E Txikuyana – APITIKATXI.

Para contextualizar o diagnóstico, que será seguido do planejamento, iniciamos por refletir sobre o que é, o papel e a importância de uma associação, focando na participação dos associados, valorização das potencialidades e aproveitamos das oportunidades.

Os trabalhos caminharam lentamente porque poucos falam português. Tradutores indígenas, não só repassavam as explicações nas línguas Tiryó e Kaxuyana, como também complementavam as explicações para facilitar a compreensão. Durante ou após a tradução, os caciques davam também a sua contribuição. Se por um lado, isso levou a uma demora maior do que o esperado para a realização das atividades, por outro levou a uma participação mais efetiva e maior compreensão sobre os conteúdos tratados.

Os participantes foram divididos em quatro grupos para o levantamento de problemas. Essa metodologia tem se mostrado mais produtiva do que uma “chuva de idéias” feita com todos de uma só vez. Após a exposição dos grupos, foi feita a sistematização, dividindo os problemas em temas: terra e meio ambiente, saúde e saneamento básico, educação e transporte. Durante esse processo foi necessário que mais informações fossem fornecidas sobre os problemas, inclusive para que fossem elaborados de forma mais clara, cumprindo pelo menos em parte o que seria o papel da “entrevista semi estruturada”.

Como a dificuldade para entender ou falar em português se estende também para a leitura, para a escolha de prioridades foi necessário que o presidente da associação expusesse os problemas de cada tema na língua indígena para que os caciques pudessem fazer a sua escolha.

Foi explicado como será feito o planejamento em uma próxima reunião, ainda a ser agendada. Estava planejado que fosse feito também nessa semana, mas alguns contratempos além da dinâmica das traduções e debates inviabilizaram a realização. Foi opção de todos, inclusive do Iepé, fazer uma parte bem e com calma, respeitando o ritmo dos caciques, do que fazer tudo de forma apressada.

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