Políticas públicas são programas, projetos, ações e decisões
tomadas pelos governos (nacional, estaduais ou municipais), com a participação
direta ou indireta de entes públicos ou privados, que visam assegurar os
direitos dos vários grupos da sociedade.
Ou
seja, políticas públicas são universais, direito de todos os cidadãos.
Vamos
pensar em um condomínio. O conjunto dos moradores de um prédio paga uma taxa
mensalmente para que o síndico, eleito por eles, administre esse dinheiro para
cuidar da manutenção do prédio, pague despesas comuns, como água, energia,
telefone e mantenha os serviços necessários de segurança, elevadores, limpeza,
etc., de forma que aquele prédio seja um lugar bom para as pessoas viverem
nele. Regularmente o síndico convoca a assembleia dos condôminos para prestar
contas da sua administração e colocar em discussão medidas não previstas no
Regimento Interno para atender a demandas que surgiram.
Em
uma dimensão bem maior, Itupeva é como se fosse um condomínio. Os seus quase 60
mil habitantes pagam impostos e a cada 4 anos elegem um prefeito para
administrar o dinheiro arrecadado, que em 2019 deve passar de R$ 300 milhões,
para cuidar da manutenção da cidade e pagar os serviços necessários de saúde,
educação, segurança, meio ambiente, moradia, geração de emprego e renda,
direitos humanos em geral e, em particular, dos idosos, crianças e
adolescentes, mulheres e portadores de deficiência, de forma que a cidade seja
um lugar bom para vivermos nela.
Como
não é viável reunir 60 mil pessoas toda vez que tiver que discutir alguma coisa
nova e tomar decisões elegemos, também a cada 4 anos, 13 vereadores para nos
representar e tomar as decisões necessárias por nós. Se eles são nossos
representantes, devem nos ouvir antes de tomar essas decisões e, como não é possível
perguntar para cada pessoa individualmente, precisamos nos organizar em
associações de bairro, de classe e outras para manifestar a nossa vontade para
os vereadores, nossos representantes, levarem para as sessões da Câmara
Municipal.
Então,
quando o prefeito cuida mais dos bairros ou grupos que o apoiam politicamente,
está administrando bem e oferecendo para todos as políticas públicas? Não. Ele
está usando o nosso dinheiro para favorecer alguns e garantir a sua permanência
no poder, deixando boa parte ou a maioria dos cidadãos sem a qualidade de vida
que tem direito.
O
prefeito deve apresentar anualmente para a Câmara os seus planos de execução
das políticas públicas, para que os vereadores analisem e façam as correções
necessárias antes de aprovar. Depois, o prefeito deve prestar contas para os
vereadores e para a população de como ele está executando os planos feitos e
aprovados pelos nossos representantes. Isso é chamado de transparência, porque
o prefeito não é dono da cidade ou do dinheiro dela. Ele é apenas o
administrador. Os donos somos nós e, por isso, ele deve ser transparente com o
uso do nosso dinheiro e do poder que demos para ele.
E
quando um vereador se oferece para atender a um bairro especificamente ou a uma
pessoa para terem acesso a uma política pública, ele está cumprindo bem a sua
função de legislador e fiscalizador das políticas públicas? Não. Os vereadores
devem fiscalizar a execução dos planos do prefeito, convocar o prefeito e seus
secretários para darem explicação se não estão executando direito o que foi
planejado ou não estão gastando corretamente o dinheiro público e tomarem
medidas legais, inclusive judiciais, se for necessário. Eles devem garantir que
as políticas públicas sejam acessíveis para todos e não só para os seus conhecidos,
que vão apoiá-los politicamente e buscar votos para eles nas próximas eleições,
para que eles permaneçam em seus cargos.
O
objetivo dos políticos não pode ser a manutenção dos seus cargos, mas cumprir
bem as funções que delegamos a eles. Se fizerem bem o que devem fazer,
certamente serão eleitos, sem precisarem de artifícios políticos. Se precisam
de artifícios é porque está faltando qualidade no seu trabalho de administrador
ou legislador e fiscalizador.
Quando
o prefeito e os vereadores, assim como deputados, senadores, governadores e
presidente, oferecem uma política pública como troca de favor para alguns, está
negando a mesma política pública como direito para os demais cidadãos.
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