Já
comentei em algumas postagens anteriores que muitas associações comunitárias
são criadas para acessar recursos de projetos e, em geral, são frustradas em
suas expectativas. Algumas conseguem alguns financiamentos e raras são aquelas
que se mantêm dessa forma.
Recentemente
participei de uma reunião com coordenadores de projeto e consultores para
preparar cursos de elaboração de projetos. Foi com satisfação que ouvi entre os
princípios norteadores para a elaboração da proposta dos cursos que projeto
estava sendo entendido como planejamento e não estritamente como o documento
para financiamento. Um dos consultores ponderou que no caso da produção e
comercialização de produtos o projeto não é não reembolsável, mas de
financiamento ou de comercialização com os chamados mercados institucionais,
como o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA ou o Programa Nacional de
Alimentação Escolar – PNAE. Foi discutido qual é o lugar de um projeto na organização: ele deve estar
inserido na estratégia de ação da associação, fruto de um processo de
planejamento participativo. Mais do que tratar apenas de como
conseguir recursos não reembolsáveis, é preciso tratar da sustentabilidade
financeira da associação, onde o projeto é uma forma.
Em
especial nos últimos anos em que a cooperação internacional diminuiu
drasticamente seus investimentos no Brasil é cada vez mais difícil contar com
esses recursos, principalmente para a manutenção da associação. Onde conseguir
recursos?
Tenho
conversado com várias associações sobre a contribuição dos associados. Em geral
é difícil porque foram criadas para levar
dinheiro para as comunidades e não para tirar dinheiro deles. No entanto,
se a associação é importante porque os associados não devem contribuir para a
sua manutenção?
Em vários
casos fizemos uma conta rápida com o número potencial de associados e uma
contribuição mensal que não pese no bolso e o resultado foi o suficiente para
as despesas correntes da associação. Em alguns casos era suficiente também para
desenvolver atividades nas comunidades. No início deste mês, fazia com os
dirigentes de uma associação no Espírito Santo um orçamento das despesas
mensais para negociar com uma empresa. A contribuição dos associados seria
suficiente para cobrir todos os gastos, não dependendo a associação de recursos
externos.
Em uma
oficina de Diagnóstico e Planejamento no início do ano, um grupo incluiu no
exercício de planejamento a compra de um barco com recursos de uma festa.
Perguntei se seria viável e confirmaram que sim e que estavam pensando em fazer
isso.
A
comercialização de produtos dos associados pode gerar renda para suas famílias
e, uma porcentagem descontada, pode gerar recursos também para a sua
manutenção. Se a associação ajuda os associados a ganhar dinheiro, porque eles
não vão contribuir com ela?
Vejo que,
se a manutenção da associação for garantida pelos associados, será muito mais
fácil ela se manter em funcionamento e os projetos serão direcionados para a
realização de atividades para atingir seus objetivos.
É muito
bom verificar que organizações apoiadoras e associações comunitárias já estão
ao menos conversando seriamente sobre isso.
Acho também, que é de fundamental importância a contribuição dos sócios, mas as associações devem procurar meios de incentivar cada vez mas os sócios com cursos, para não terem prejuízo com seus investimentos futuros.
ResponderExcluirAcho também, que é de fundamental importância a contribuição dos sócios, mas as associações devem procurar meios de incentivar cada vez mas os sócios com cursos, para não terem prejuízo com seus investimentos futuros.
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