Enviado por
Henyo Trindade Barretto Filho
Diretor Acadêmico do IEB e
Coordenador do Projeto Conservação
da Biodiversidade em Terras Públicas
na Amazônia Brasileira
No dia 27 de outubro, sábado, pela manhã, no mesmo centro
comunitário da aldeia Ikoleng, na TI Igarapé Lourdes, em Ji-Paraná/RO, em
continuidade a do Projeto GATI, Henyo Barretto (IEB) conduziu uma primeira
conversa com os Arara e Gavião sobre associativismo indígena – dentro da linha
de atividade de fortalecimento institucional das associações indígenas da
região. A lista de presença registrou 71 presentes, dos quais, 15 mulheres,
sendo 68 Gaviões, dois Zoró e um Arara (o que deve representar uma falha na
circulação da lista, pois os Arara que haviam participado na reunião sobre o
GATI continuaram presentes). Os presentes representavam a base de cerca de
cinco associações existentes na TI Igarapé Lourdes: Paderéehj, Zavidjaj
Djiguhr, Karo Paygap, APIA (Associação do Povo Indígena Arara) e APIL (Associação
do Povo Indígena Gavião) – cada qual encontrando-se em circunstância distinta.
Henyo iniciou sua exposição com a pergunta “o que é uma
associação e para que ela serve?”, registrando as respostas sugeridas pelos
presentes, que também indicaram os papeis e as funções que as associações vêm
cumprindo localmente. Ele enfatizou a posição que temos adotado nesse trabalho
de associação com povos indígenas, qual seja: de que só vale à pena criar (ou
ressuscitar) uma associação se esta vai ajudá-los a realizar coisas que a
organização social tradicional não lhes permite fazer juntos – externando a
nossa preocupação com a proliferação de associações indígenas e não indígenas
que temos verificado.
Além disso, Henyo destacou quatro outros pontos em sua
apresentação: o que diz o Código Civil sobre as associações (enfatizando que
este nos dá muita liberdade para se organizar e que o estatuto de uma
associação deve definir de modo muito claro como de faz para pertencer a uma
associação – e que este é um vínculo voluntário); que uma associação é como um
ser vivo e que, portanto, é necessário ter tempo para cuidar dela, para ela
crescer forte e ativa; que uma associação é como um corpo, com cabeça, tronco e
membros, e que, portanto, a cabeça (diretoria) não faz nada sozinha, sendo
necessário suas lideranças e membros para fazer as coisas (pois, “associação é
para se fazer juntos”); e que, por fim, ela é como uma pessoa, só que uma
“pessoa jurídica”, sendo necessários vários cuidados para essa “pessoa
jurídica” e regular (o que muitos chamam de “burocracia”).
Ao final, ficamos de retomar contato em duas semanas,
quando retornaremos a Ji-Paraná para tentar definir uma agenda de trabalho
conjunta. Como parte de suas atividades nessa linha de atividade do ConsBio, o
IEB apoiará a assembleia geral da Paderéej, em data a ser definida.
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