Nos dias 16 a 22 de maio facilitei o
primeiro módulo da Oficina de Elaboração de Projetos para lideranças de
associações indígenas do Parque Indígena Xingu, no Mato Grosso. Participaram 27
pessoas de 7 associações.
Aos participantes com uma forte expectativa
em começar logo a escrever um projeto para viabilizarem benefícios para suas
aldeias, foi explicado que projeto não é para comprar coisas, mas para resolver
problemas. Por isso, antes de qualquer coisa é preciso saber qual problema se
quer resolver.
Um diagnóstico é o que se faz para
levantar com a comunidade quais são os seus principais problemas e estabelecer
prioridades. Foi ressaltado que um diagnóstico deve ser feito com a
participação da comunidade, que é quem mais sabe sobre seus próprios problemas.
A participação do maior número possível de pessoas desde o levantamento e
discussão dos problemas é a melhor forma de estimular para participarem também
das ações para a solução.
Foram apresentadas e exercitadas
algumas metodologias de Diagnóstico Rápido Participativo, como a Chuva de
Ideias, Entrevistas Semi Estruturadas, Mapeamento Participativo, Calendário
Sazonal, Perfil Histórico, Caminhada Transversal.
Os participantes se organizaram em
grupos por associação e começaram definindo entre eles um problema grave de sua
área de atuação para utilizarem como exemplo. Todas as “ferramentas de
diagnótico” foram realizadas em cima desse problemas, destacando que elas se
complementam para pripiciar um conhecimento mais aprofundado do problema:
·
A
Chuva de Ideias é uma boa forma de levantar os problemas mais sentidos pela
comunidade;
·
A
Entrevista Semi Estruturada é uma forma simples para começar a conhecer as
causas e consequências daquele problema;
·
O
Perfil Histórico e uma boa ferramenta para ser utilizada quando o problema em
questão tem uma evolução no tempo. Com ele podemos conhecer melhor e localizar
no tempo como essa evolução se deu;
·
O
Calendário Sazonal ajuda a ter uma visualização mais rápida das épocas do ano
em que determinados problemas ficam mais intensos, para organizar a produção,
organizar diferentes atividades que tem relação com as estações do ano;
·
O
Mapeamento Participativo ajuda a visualizar no espaço a ocupação do território,
áreas mais vulneráveis de invasão, locais de terras férteis, disponibilidade de
peixes e caça, etc.
·
A
Caminhada Transversal é importante quando é preciso ir ao local para verificar
informações que não ficaram claras de outra forma.
Nem sempre é necessário e adequado
utilizar todas essas metodologias. Elas devem ser vistas como “ferramentas em
uma caixa”, que são utilizadas de acordo com a necessidade. O diagnóstico é um
processo no qual vamos lançando mão de novas metodologias de acordo com a
necessidade de obter mais informações.
Conhecer bem o problema é
fundamental para encontrarmos a solução mais adequada.
No planejamento, que também deve ser
participativo, o problema levantado é transformado em objetivo geral e suas
causas em objetivos específicos. As consequências do problema, os efeitos
sentidos, são transformados em resultados esperados. Completam o planejamento
as atividades a serem realizadas, os recursos necessários, responsável, prazo e
parceiros.
Voltando para suas aldeias, ficaram
encarregados de fazer o diagnóstico e planejamento e levar o resultado para o
próximo módulo, que terá como foco a elaboração de projetos. Vão exercitar
elaborar um projeto para conseguir financiamento para executar o que foi
planejado em suas bases. Serão apresentados alguns editais de projetos para que
possam de fato viabilizar o financiamento.
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