Cidadania também é para fazer juntos!

CIDADANIA TAMBÉM É PARA FAZER JUNTOS!

Associação é para fazer juntos. O título desta publicação, lançada pelo IEB - Instituto Internacional de Educação do Brasil, no início de dezembro de 2011, já exprime o que será tratado em seus capítulos: que a criação de uma associação deve ser resultado de um processo coletivo e sua atuação deve ser marcada também pela participação efetiva de seus associados.


É o resultado de 10 anos de trabalho com organizações comunitárias e regionais indígenas, quilombolas, de ribeirinhos, agricultores familiares e outros, aprofundando e atualizando o que já foi publicado anteriormente em Gestão de associações no dia-a-dia.

Este blog nasceu como um espaço para troca de conhecimentos e experiências de quem trabalha para o desenvolvimento de organizações comunitárias e outras.

A partir de 2018 passou a ser também um espaço para troca de ideias e experiências de fortalecimento da cidadania exercida no dia-a-dia, partilhando conhecimento e reflexões, produzindo e disseminando informações, participando de debates, dando sugestões, fazendo denúncias, estimulando a participação de mais pessoas na gestão das cidades onde vivem.

Quem se dispuser a publicar aqui suas reflexões e experiências pode enviar para jose.strabeli@gmail.com. Todas as postagens dos materiais enviados serão identificadas com o crédito de seus autores.

É estimulada a reprodução, publicação e uso dos materiais aqui publicados, desde que não seja para fins comerciais, bastando a citação da fonte.

José Strabeli




segunda-feira, 26 de maio de 2014

Projeto não é para comprar coisas. É para resolver problemas.

Nos dias 16 a 22 de maio facilitei o primeiro módulo da Oficina de Elaboração de Projetos para lideranças de associações indígenas do Parque Indígena Xingu, no Mato Grosso. Participaram 27 pessoas de 7 associações.

Aos participantes com uma forte expectativa em começar logo a escrever um projeto para viabilizarem benefícios para suas aldeias, foi explicado que projeto não é para comprar coisas, mas para resolver problemas. Por isso, antes de qualquer coisa é preciso saber qual problema se quer resolver.

Um diagnóstico é o que se faz para levantar com a comunidade quais são os seus principais problemas e estabelecer prioridades. Foi ressaltado que um diagnóstico deve ser feito com a participação da comunidade, que é quem mais sabe sobre seus próprios problemas. A participação do maior número possível de pessoas desde o levantamento e discussão dos problemas é a melhor forma de estimular para participarem também das ações para a solução.

Foram apresentadas e exercitadas algumas metodologias de Diagnóstico Rápido Participativo, como a Chuva de Ideias, Entrevistas Semi Estruturadas, Mapeamento Participativo, Calendário Sazonal, Perfil Histórico, Caminhada Transversal.

Os participantes se organizaram em grupos por associação e começaram definindo entre eles um problema grave de sua área de atuação para utilizarem como exemplo. Todas as “ferramentas de diagnótico” foram realizadas em cima desse problemas, destacando que elas se complementam para pripiciar um conhecimento mais aprofundado do problema:

·         A Chuva de Ideias é uma boa forma de levantar os problemas mais sentidos pela comunidade;

·         A Entrevista Semi Estruturada é uma forma simples para começar a conhecer as causas e consequências daquele problema;

·         O Perfil Histórico e uma boa ferramenta para ser utilizada quando o problema em questão tem uma evolução no tempo. Com ele podemos conhecer melhor e localizar no tempo como essa evolução se deu;

·         O Calendário Sazonal ajuda a ter uma visualização mais rápida das épocas do ano em que determinados problemas ficam mais intensos, para organizar a produção, organizar diferentes atividades que tem relação com as estações do ano;

·         O Mapeamento Participativo ajuda a visualizar no espaço a ocupação do território, áreas mais vulneráveis de invasão, locais de terras férteis, disponibilidade de peixes e caça, etc.

·         A Caminhada Transversal é importante quando é preciso ir ao local para verificar informações que não ficaram claras de outra forma.

Nem sempre é necessário e adequado utilizar todas essas metodologias. Elas devem ser vistas como “ferramentas em uma caixa”, que são utilizadas de acordo com a necessidade. O diagnóstico é um processo no qual vamos lançando mão de novas metodologias de acordo com a necessidade de obter mais informações.

Conhecer bem o problema é fundamental para encontrarmos a solução mais adequada.

No planejamento, que também deve ser participativo, o problema levantado é transformado em objetivo geral e suas causas em objetivos específicos. As consequências do problema, os efeitos sentidos, são transformados em resultados esperados. Completam o planejamento as atividades a serem realizadas, os recursos necessários, responsável, prazo e parceiros.


Voltando para suas aldeias, ficaram encarregados de fazer o diagnóstico e planejamento e levar o resultado para o próximo módulo, que terá como foco a elaboração de projetos. Vão exercitar elaborar um projeto para conseguir financiamento para executar o que foi planejado em suas bases. Serão apresentados alguns editais de projetos para que possam de fato viabilizar o financiamento.


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