Cidadania também é para fazer juntos!

CIDADANIA TAMBÉM É PARA FAZER JUNTOS!

Associação é para fazer juntos. O título desta publicação, lançada pelo IEB - Instituto Internacional de Educação do Brasil, no início de dezembro de 2011, já exprime o que será tratado em seus capítulos: que a criação de uma associação deve ser resultado de um processo coletivo e sua atuação deve ser marcada também pela participação efetiva de seus associados.


É o resultado de 10 anos de trabalho com organizações comunitárias e regionais indígenas, quilombolas, de ribeirinhos, agricultores familiares e outros, aprofundando e atualizando o que já foi publicado anteriormente em Gestão de associações no dia-a-dia.

Este blog nasceu como um espaço para troca de conhecimentos e experiências de quem trabalha para o desenvolvimento de organizações comunitárias e outras.

A partir de 2018 passou a ser também um espaço para troca de ideias e experiências de fortalecimento da cidadania exercida no dia-a-dia, partilhando conhecimento e reflexões, produzindo e disseminando informações, participando de debates, dando sugestões, fazendo denúncias, estimulando a participação de mais pessoas na gestão das cidades onde vivem.

Quem se dispuser a publicar aqui suas reflexões e experiências pode enviar para jose.strabeli@gmail.com. Todas as postagens dos materiais enviados serão identificadas com o crédito de seus autores.

É estimulada a reprodução, publicação e uso dos materiais aqui publicados, desde que não seja para fins comerciais, bastando a citação da fonte.

José Strabeli




quinta-feira, 17 de abril de 2014

"Quero na trança de diferentes tecer o sonho de iguais."

Com este refrão começou o Módulo II do Curso de Elaboração de Projetos com ênfase em Desenvolvimento Institucional, realizado nos dias 08 a 10 de abril em Bacabal-MA. O refrão foi repetido várias vezes pelo grupo enquanto esticavam uma rede tecida com fios coloridos.

A metáfora foi utilizada para refletir sobre a elaboração participativa de projetos, tema do módulo: tecer uma rede implica em primeiro lugar em atender a uma necessidade. É preciso ter conhecimento e prática de como tecer, fazer o punho, combinar materiais e cores. Em alguns casos o trabalho começa com o plantio e cultivo do algodão. Quando não, com a compra dos fios. É preciso planejar para quem se destina (se adulto ou criança), quanto material será necessário, de quais cores, como será o trançado. Tudo isso deverá ser combinado para que o resultado seja o esperado.

Um projeto também não é elaborado rapidamente, "em uma sentada". É preciso algum conhecimento técnico sobre sua estrutura e linguagem, mas exige principalmente uma boa conversa com a comunidade sobre qual problema deve ser tratado, qual necessidade deve ser atendida e planejar o que fazer para atendê-la: atividades, recursos, responsáveis, datas, resultados que se espera, objetivos que se quer atingir, parceiros com quem podemos contar. Todos esses elementos vão aos poucos "tecendo a rede" e precisa ser com participação da comunidade para que seja "o sonho de iguais".

A comunidade deve participar desde a definição do problema e o planejamento das ações. Só assim ela vai se apropriar do projeto, reconhecê-lo como seu, envolver-se em sua execução e se comprometer com seu sucesso e continuidade, mesmo depois de terminado o financiamento.

Os participantes fizeram um  relato sobre a realização dos diagnósticos e planejamentos em suas comunidades e associações depois do Módulo I. Alguns ressaltaram que "Essa primeira experiência, após a primeira etapa do curso foi muito boma. Tive que me aproximar da comunidade e fazer com que me ajudassem na identificação de um problema que atinge a todos. O retorno para a comunidade, levando mais conhecimento, nos ajuda a identificar os problemas, planejar e buscar soluções, que é o que estamos aprendendo aqui no curso."

"O trabalho fica mais fácil com a participação efetiva das pessoas. O planejamento, por exemplo, criou forças para o fortalecimento organizacional, com a opinião de lideranças, membros, diretores e conselheiros."

"Eu aprendi a convocar reuniões, perder o medo de falar. Aprendi fazendo que, na prática, a gente aprende melhor."

A ênfase do curso no desenvolvimento institucional tem propiciado um aprendizado, não só da elaboração de projetos, mas também de fortalecimento da articulação e mobilização das comunidades e a estimular a participação destas nas decisões e ações da associação.

Os planejamentos feitos nas comunidades foram a base para a elaboração dos projetos. Os elementos básicos foram explicados e participantes foram elaborando, expondo, recebendo orientações e sugestões para aprimoramento. Viram que as informações coletadas no diagnóstico são fundamentais para a elaboração do contexto; os objetivos, resultados, atividades, resumo dos recursos necessários, datas, já estavam definidos no planejamento. O projeto busca viabilizar a captação de recursos para um planejamento que já foi feito na comunidade.

Vários dos participantes têm pouca experiência com a escrita, o que torna a elaboração de projetos um desafio ainda maior, a ser vencido aos poucos, mesmo depois de terminado o curso.

Os projetos estão sendo levados para discussão nas comunidades e associações até maio, quando será realizado o terceiro módulo, no qual terão acesso a editais e treinarão como preencher os formulários para encaminhar suas propostas para financiamento.

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