Nos dias 10 a 18 deste mês facilitei em
Canarana-MT a primeira de uma série de três oficinas sobre Administração
Financeira de Associações. Promovida pelo Instituto Socioambiental – ISA e
Associação Terra Indígena Xingu – ATIX, reuniu representantes de 13 associações
do Parque Indígena Xingu. Estavam presentes representantes de vários povos que
vivem no PIX: Kisedje, Yudja, Kayabi, Waurá, Kuikuro, Mehinako, Matipu, Ikpeng,
Trumai, Kamayurá e Nafukuá.
Boa parte
dos participantes era formada de presidentes, secretários e tesoureiros das
associações, o que potencializa os resultados da oficina, já que são eles que
efetivamente estão envolvidos na gestão das associações e podem utilizar os
conhecimentos e práticas adquiridos.
Ao
perguntar sobre as expectativas com relação à oficina, chamou a atenção que,
diferente de outros grupos que apresentam expectativas genéricas, a maioria
apresentou aspectos objetivos e relacionados aos objetivos da oficina, o que
demonstra que foram bem articulados e informados antes de aceitarem participar.
Tinham uma grande clareza sobre o que precisavam para vencer desafios que
estavam enfrentando: conhecer o trabalho sobre o setor financeiro, aprender como
gerenciar uma organização comunitária, aprender a fazer plano de gasto do dinheiro,
conhecer e
aprofundar mais o conhecimento sobre os conceitos básicos de administração
financeira, aprofundar meu conhecimento para alcançar as expectativas da
comunidade, entender melhor sobre a administração financeira na associação,
para que possamos aplicar melhor o recurso conforme a necessidade do povo, como
devo trabalhar com a associação junto com a comunidade.
De acordo com a programação, tratamos da natureza
jurídica de uma associação; o funcionamento, atribuições e comunicação entre os
órgãos de administração; os documentos que a associação deve manter
atualizados; trabalho com o contador; conceito e práticas de administração
financeira; documentos válidos para comprovação de receitas e despesas;
contratação de pessoal; obrigações fiscais e acessórias.
Cabe destacar a leitura e esclarecimentos sobre o
capítulo do Código Civil que trata das associações e a possibilidade de
estruturarem e definirem o funcionamento da associação de forma bastante
próxima de sua cultura tradicional. Tiveram a oportunidade de começarem a
sistematizar procedimentos administrativos, levando em conta a atual realidade
de cada uma das associações. Exercitaram a elaboração de orçamento. Refletiram
sobre a necessidade e importância do trabalho do contador e sua relação com os
diretores da associação. Foram conversar com os profissionais que contratavam
para aprimorar o trabalho conjunto. Leram nos próprios estatutos as atribuições
de cada órgão de administração e pensaram em como melhorar seu funcionamento.
Foi ressaltada a importância do Conselho Fiscal como controle social do uso dos
recursos da associação e sua atuação efetiva foi tratada como mecanismo de
aprimoramento da gestão. Entenderam a diferença da gestão de um projeto e de um
empreendimento comunitário. Foram estimulados a considerar mais as
potencialidades dos recursos naturais, dos conhecimentos tradicionais e dos
conhecimentos não indígenas que têm acesso para a sua sustentabilidade no
Parque Indígena Xingu.
Na avaliação apresentaram também, igualmente de forma objetiva e bastante focada, o que esperam que seja trabalhado na próxima oficina, prevista para outubro: a gestão dos recursos de projetos e de empreendimentos comunitários: execução
financeira dos orçamentos dos projetos, administração de fluxo de caixa de
empreendimentos comunitários, como fazer e utilizar planilhas eletrônicas para
a gestão dos recursos partindo das situações vivenciadas pelas associações.
Parabéns por este importante trabalho desenvolvido, sobre a gestão financeira das associações comunitária. (Edigleide Gonçalves, Assistente Social)-CE.
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