Faz parte do folclore da política brasileira que político
bom é aquele que faz muitas obras. Um dos candidatos à prefeitura de Itupeva-SP
nas eleições suplementares marcadas para dezembro deste ano está baseando a sua
campanha eleitoral nas obras realizadas pelo prefeito anterior, do qual foi
vice, nas obras em andamento e nas que ele pretende construir em 2024, caso
seja eleito.
É claro que obras são necessárias para melhorar a
infraestrutura e os serviços da cidade, mas não são suficientes para gerar bem-estar
e qualidade de vida para a população.
Não adianta construir prédios se neles não forem oferecidos
serviços de qualidade; a abertura e pavimentação de ruas e avenidas devem ser
feitas de acordo com as necessidades de melhoria da mobilidade urbana e não as
que ficarão melhor nas fotos de propagandas; pontes e viadutos devem ser
adequados às necessidades e não para serem obra de arte ou cartão postal.
Espalhar obras por toda a cidade, se não forem bem
planejadas e executadas, podem significar mais desperdício de recursos públicos
e transtornos para a população do que benefícios.
Com orçamentos mal feitos, mal executados e essa “febre” de
obras, a Prefeitura de Itupeva está endividada e obras estão paradas ou com
andamento lento. Um grande “fazedor de obras”, se só focar nisso, porque “dá
mais cartaz”, pode ser um péssimo prefeito.
Precisamos saber dos candidatos, quais as propostas que eles
têm para sanar os atuais problemas enfrentados, tanto financeiros quanto de
deficiências na zeladoria e serviços prestados à população; como equilibrar o
ritmo de desenvolvimento da cidade, que tem sido intenso, com a infraestrutura
e prestação de serviços; como vão otimizar o uso dos recursos públicos, que
crescem ano a ano, para melhorar a nossa qualidade de vida no mesmo ritmo; o
que farão para termos uma administração municipal mais transparente e que
dialogue de verdade com as organizações da sociedade civil e com a população em
geral.
Quem apresentar as melhores propostas para este conjunto de aspectos
merece o nosso voto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário