Cidadania também é para fazer juntos!

CIDADANIA TAMBÉM É PARA FAZER JUNTOS!

Associação é para fazer juntos. O título desta publicação, lançada pelo IEB - Instituto Internacional de Educação do Brasil, no início de dezembro de 2011, já exprime o que será tratado em seus capítulos: que a criação de uma associação deve ser resultado de um processo coletivo e sua atuação deve ser marcada também pela participação efetiva de seus associados.


É o resultado de 10 anos de trabalho com organizações comunitárias e regionais indígenas, quilombolas, de ribeirinhos, agricultores familiares e outros, aprofundando e atualizando o que já foi publicado anteriormente em Gestão de associações no dia-a-dia.

Este blog nasceu como um espaço para troca de conhecimentos e experiências de quem trabalha para o desenvolvimento de organizações comunitárias e outras.

A partir de 2018 passou a ser também um espaço para troca de ideias e experiências de fortalecimento da cidadania exercida no dia-a-dia, partilhando conhecimento e reflexões, produzindo e disseminando informações, participando de debates, dando sugestões, fazendo denúncias, estimulando a participação de mais pessoas na gestão das cidades onde vivem.

Quem se dispuser a publicar aqui suas reflexões e experiências pode enviar para jose.strabeli@gmail.com. Todas as postagens dos materiais enviados serão identificadas com o crédito de seus autores.

É estimulada a reprodução, publicação e uso dos materiais aqui publicados, desde que não seja para fins comerciais, bastando a citação da fonte.

José Strabeli




domingo, 5 de junho de 2022

NÃO INTERESSA PARA A POPULAÇÃO UM CRESCIMENTO QUE SÓ SERVE PARA ALIMENTAR A VAIDADE DO PREFEITO!

 


É sabido e amplamente debatido que Itupeva tem bairros sem rede de água e esgoto, faltam moradias, vagas em creches, o atendimento à saúde é precário, o trânsito é cada vez mais intenso, bairros alagam por falta de escoamento da água das chuvas, rios e córregos estão assoreados, etc. e não há nenhum planejamento da prefeitura que nos leve a crer se e quando esses problemas serão resolvidos. No entanto, novas áreas rurais vão sendo transformadas em áreas urbanas para que novos empreendimentos industriais, comerciais e residenciais sejam implantados e a cidade continue a crescer, para orgulho do prefeito, que acredita que Itupeva está "no rumo certo"... Para quem?
No último dia 31 de maio foi realizada audiência pública na Câmara Municipal para debater 3 projetos de lei complementar, de autoria do prefeito, para transformar 1.673.837 m2 de áreas rurais em urbanas, nos macro bairros Nova Era e Pinheirinho, habilitando-as a novos empreendimentos, nestes casos, industriais.
Neste momento não se sabe quando nem o que o proprietário irá fazer com essas áreas, então também é desconhecido o impacto que provocará na cidade. Isso só será conhecido quando ele apresentar para a prefeitura o projeto do que pretende fazer.
Foi falado na audiência que o levantamento das nascentes de água da cidade está desatualizado desde 2010 e que a Secretaria de Mobilidade Urbana e Meio Ambiente alega “não ter pernas” para fiscalizar as prováveis 609 nascentes e manter o cadastro atualizado. Quantas ainda existem? Quantas estão contaminadas? O que precisa ser feito para recuperar as que estiverem degradadas e quem deve fazer?
Estima-se que 7 a 8 mil pessoas precisam de moradias, principalmente populares, e não existe oferta para atender a essa necessidade.
A meu ver, não se pode pensar em continuidade do crescimento da cidade antes que as necessidades atuais sejam atendidas, seja pela iniciativa privada, seja pelo poder público. E mais, qualquer crescimento deve prever o atendimento das novas demandas que surgirão por conta dele.
Dessa forma, o conceito de contrapartida - o que o empreendedor oferece para o município após negociação com a prefeitura: uma creche, escola, etc. - está superado. O que precisamos é de compensação dos impactos provocados pelos empreendimentos. O aumento da demanda por água, esgoto, eletricidade, saúde, educação, vias e meios de transporte, lazer, entre outros, precisa ser atendido, fazer parte do projeto e ser condição para a implantação dos novos empreendimentos e ficar definido se será atendido pelo empreendedor, pela prefeitura ou por empresas concessionárias de serviços até a conclusão do empreendimento. Caso contrário não terá licença para funcionar.
Então, precisamos de audiências públicas também para os projetos de implantação de empreendimentos apresentados à prefeitura, para debatermos se interessam para a cidade e se os impactos serão devidamente compensados, para termos um desenvolvimento sustentável, tanto do ponto de vista econômico, como também ambiental e social, que gere mais qualidade de vida para todos nós.

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