Em
fevereiro deste ano, 12 associações de comunidades agroextrativistas de Boca do
Acre, no Sul do Amazonas, participaram da oficina “Agroextrativismo, produção
sustentável e geração de renda” e decidiram se organizar em rede para a
comercialização de produtos. Foi decidido também que, ao mesmo tempo em que
seria feito um levantamento da produção atual e das potencialidades das
comunidades, seria investido no desenvolvimento das associações para que
pudessem desempenhar adequadamente o seu papel na rede, além de suas outras
atividades.
Em abril
fizemos a Oficina sobre Gestão de Associações, descrita em postagem daquele
mês. Na semana passada, de 19 a
22 de junho, foi realizada uma nova oficina, agora sobre Diagnóstico,
Planejamento, Monitoramento e Avaliação, para preparar as lideranças para a
execução desses procedimentos de forma participativa nas suas comunidades.
Foi uma
grande satisfação saber que a oficina anterior havia gerado resultados. Entre
outros depoimentos, uma das participantes relatou que desde que a associação foi
criada, em 2007, nunca tinha sido feito relatório financeiro. Fiz os relatórios
de 2007 a
2011 conforme foi aprendido na oficina. Estava faltando algumas notas, que
foram providenciadas e agora vou atualizar até 2012. Fiz também um relatório do
que cada associado contribuiu. Vi que tem gente que nunca contribuiu. Outros
contribuíram com falhas. Vamos marcar uma reunião da diretoria para apresentar
os relatórios. O trabalho é grande, mas o resultado é bom. Agora tenho uma
visão melhor. É difícil trabalhar no escuro.
Foram
apresentadas metodologias que possam ser facilmente utilizadas pelas lideranças
depois de um rápido treinamento. O livro Associação
é para fazer juntos foi novamente utilizado como material didático. Para
o diagnóstico foi treinado o uso da Chuva de Idéias como forma de fazer um
primeiro levantamento dos problemas. Falamos da sua formulação correta, não
devendo ser iniciados por “Falta de...” ou “Ausência de...”. Quando iniciados
dessa forma, o que vem em seguida não é um problema, mas um recurso, que deve
ser utilizado para realizar atividades que levam à solução de um problema. Para
podermos encontrar uma solução mais eficiente, o problema precisa estar
claramente descrito.
Os
critérios para a priorização dos problemas foram apresentados e utilizados para
fazer uma votação na qual cada participante escolheu um como prioritário. Os
mais votados passaram por um debate em que algumas pessoas apresentaram as
razões para serem considerados como prioritários. Nenhum dos presentes quis
argumentar contra as escolhas. Essa metodologia foi utilizada para aprofundar o
conhecimento sobre os problemas escolhidos.
Para
complementar o diagnóstico utilizamos a metodologia “FOFA” (Fortalezas,
Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) para definir melhor as potencialidades e
oportunidades para solucionar esses problemas, além das dificuldades internas e
externas a serem superadas.
A Matriz
de Planejamento foi utilizada em grupos para os participantes definirem
objetivos e resultados, atividades e recursos necessários, além de cronograma,
responsáveis e parceiros para superarem os problemas priorizados.
Falamos
sobre a importância de monitorar e avaliar as atividades para ter sucesso no
alcance dos resultados esperados, além de gerar relatórios que serão registros
para a memória da associação, prestação de contas para os associados e
financiadores e informações para organizações parceiras.
A próxima
atividade será a realização de diagnóstico organizacional de cada uma das
associações participantes. Como demonstraram algumas dificuldades e insegurança
para a aplicação das ferramentas de diagnóstico e planejamento, vamos dar
continuidade à formação, agora em serviço, indo junto com um grupo de
lideranças a algumas comunidades executar esses processos. Depois de algumas
experiências é esperado que possam executar sozinhos. Uma proposta feita ao
final da oficina é que lideranças de comunidades próximas se auxiliem nessa
tarefa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário