Cidadania também é para fazer juntos!

CIDADANIA TAMBÉM É PARA FAZER JUNTOS!

Associação é para fazer juntos. O título desta publicação, lançada pelo IEB - Instituto Internacional de Educação do Brasil, no início de dezembro de 2011, já exprime o que será tratado em seus capítulos: que a criação de uma associação deve ser resultado de um processo coletivo e sua atuação deve ser marcada também pela participação efetiva de seus associados.


É o resultado de 10 anos de trabalho com organizações comunitárias e regionais indígenas, quilombolas, de ribeirinhos, agricultores familiares e outros, aprofundando e atualizando o que já foi publicado anteriormente em Gestão de associações no dia-a-dia.

Este blog nasceu como um espaço para troca de conhecimentos e experiências de quem trabalha para o desenvolvimento de organizações comunitárias e outras.

A partir de 2018 passou a ser também um espaço para troca de ideias e experiências de fortalecimento da cidadania exercida no dia-a-dia, partilhando conhecimento e reflexões, produzindo e disseminando informações, participando de debates, dando sugestões, fazendo denúncias, estimulando a participação de mais pessoas na gestão das cidades onde vivem.

Quem se dispuser a publicar aqui suas reflexões e experiências pode enviar para jose.strabeli@gmail.com. Todas as postagens dos materiais enviados serão identificadas com o crédito de seus autores.

É estimulada a reprodução, publicação e uso dos materiais aqui publicados, desde que não seja para fins comerciais, bastando a citação da fonte.

José Strabeli




segunda-feira, 25 de junho de 2012

Associações se preparam para criar rede de comercialização


Em fevereiro deste ano, 12 associações de comunidades agroextrativistas de Boca do Acre, no Sul do Amazonas, participaram da oficina “Agroextrativismo, produção sustentável e geração de renda” e decidiram se organizar em rede para a comercialização de produtos. Foi decidido também que, ao mesmo tempo em que seria feito um levantamento da produção atual e das potencialidades das comunidades, seria investido no desenvolvimento das associações para que pudessem desempenhar adequadamente o seu papel na rede, além de suas outras atividades.

Em abril fizemos a Oficina sobre Gestão de Associações, descrita em postagem daquele mês. Na semana passada, de 19 a 22 de junho, foi realizada uma nova oficina, agora sobre Diagnóstico, Planejamento, Monitoramento e Avaliação, para preparar as lideranças para a execução desses procedimentos de forma participativa nas suas comunidades.

Foi uma grande satisfação saber que a oficina anterior havia gerado resultados. Entre outros depoimentos, uma das participantes relatou que desde que a associação foi criada, em 2007, nunca tinha sido feito relatório financeiro. Fiz os relatórios de 2007 a 2011 conforme foi aprendido na oficina. Estava faltando algumas notas, que foram providenciadas e agora vou atualizar até 2012. Fiz também um relatório do que cada associado contribuiu. Vi que tem gente que nunca contribuiu. Outros contribuíram com falhas. Vamos marcar uma reunião da diretoria para apresentar os relatórios. O trabalho é grande, mas o resultado é bom. Agora tenho uma visão melhor. É difícil trabalhar no escuro.

Foram apresentadas metodologias que possam ser facilmente utilizadas pelas lideranças depois de um rápido treinamento. O livro Associação é para fazer juntos foi novamente utilizado como material didático. Para o diagnóstico foi treinado o uso da Chuva de Idéias como forma de fazer um primeiro levantamento dos problemas. Falamos da sua formulação correta, não devendo ser iniciados por “Falta de...” ou “Ausência de...”. Quando iniciados dessa forma, o que vem em seguida não é um problema, mas um recurso, que deve ser utilizado para realizar atividades que levam à solução de um problema. Para podermos encontrar uma solução mais eficiente, o problema precisa estar claramente descrito.

Os critérios para a priorização dos problemas foram apresentados e utilizados para fazer uma votação na qual cada participante escolheu um como prioritário. Os mais votados passaram por um debate em que algumas pessoas apresentaram as razões para serem considerados como prioritários. Nenhum dos presentes quis argumentar contra as escolhas. Essa metodologia foi utilizada para aprofundar o conhecimento sobre os problemas escolhidos.
 
Para complementar o diagnóstico utilizamos a metodologia “FOFA” (Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) para definir melhor as potencialidades e oportunidades para solucionar esses problemas, além das dificuldades internas e externas a serem superadas.

A Matriz de Planejamento foi utilizada em grupos para os participantes definirem objetivos e resultados, atividades e recursos necessários, além de cronograma, responsáveis e parceiros para superarem os problemas priorizados.

Falamos sobre a importância de monitorar e avaliar as atividades para ter sucesso no alcance dos resultados esperados, além de gerar relatórios que serão registros para a memória da associação, prestação de contas para os associados e financiadores e informações para organizações parceiras.

A próxima atividade será a realização de diagnóstico organizacional de cada uma das associações participantes. Como demonstraram algumas dificuldades e insegurança para a aplicação das ferramentas de diagnóstico e planejamento, vamos dar continuidade à formação, agora em serviço, indo junto com um grupo de lideranças a algumas comunidades executar esses processos. Depois de algumas experiências é esperado que possam executar sozinhos. Uma proposta feita ao final da oficina é que lideranças de comunidades próximas se auxiliem nessa tarefa.

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