Nesta
semana, de 05 a
07 de junho, voltei com Henyo Barreto, Coordenador do Projeto Conservação da
Biodiversidade em
Terras Públicas na Amazônia Brasileira, do IEB, à Aldeia São
Luis, na Terra Indígena Rio Branco, em Alta Floresta D’Oeste
– Rondônia.
Conforme
planejado em abril, nos reunimos com diretores e conselheiros da associação e
algumas lideranças para fazer o diagnóstico organizacional, esclarecer os
diretores e conselheiros sobre as suas atribuições, avaliar como estão desenvolvendo
suas atividades, buscar formas de melhorar o funcionamento administrativo e
financeiro e fazer coletivamente uma proposta de reforma do Estatuto, a ser
aprovada pela Assembléia Geral em breve.
Iniciamos
com o diagnóstico organizacional, coletando informações dos participantes sobre
os indicadores de desenvolvimento organizacional. Foi destacado que esta
atividade é importante não só para que o consultor conheça melhor a associação
é possa definir junto com eles as atividades necessárias para a realização do
trabalho, mas para eles também conhecerem melhor sua organização, tendo um
olhar sobre seus diferentes aspectos, incluindo aqueles que talvez não tenham
ainda dado atenção. Durante a atividade já foram indicadas ações práticas,
quando se tratava de questões pontuais, para sanar alguma fragilidade. Questões
mais estratégicas ficaram para ser trtadas posteriormente.
Quando
íamos tratar da captação de recursos, algumas lideranças disseram que aquele
era o aspecto mais importante da associação porque sem recurso não dá para fazer nada. Refletimos
que, sem dúvida, os recursos são fundamentais. No entanto, recurso não é só
dinheiro. Há muitos recursos existentes na própria comunidade, as suas
potencialidades, que devem ser identificados e valorizados: mão de obra,
equipamentos, veículos, instalações, terra, semente, conhecimentos, etc. Muitos
problemas da comunidade podem ser solucionados apenas com esses recursos
próprios. Quando não são suficientes, podem contar também com as oportunidades,
tanto de financiamento, como também de assistência técnica em diversas áreas,
entre outros recursos não financeiros, que podem ser conseguidos com
organizações parceiras, tanto privadas quanto governamentais.
Para
destacar que o tempo despendido por diretores e associados nas atividades
coletivas também é um recurso muito importante, Henyo usou a conhecida
brincadeira da forca para identificar palavras. O tempo dedicado à associação, que
está relacionado com o conhecimento ao usar a mão de obra, “também é dinheiro”.
O
aprendizado com o diagnóstico organizacional também por parte das lideranças
foi confirmado em alguns depoimentos dados no dia seguinte, quando foi
perguntado se fazer o diagnóstico ajudou a conhecer melhor a associação:
- Aprendi coisas que não
sabia. Agora temos que colocar em prática.
- O conhecimento que
trouxeram para nós ajuda a desenvolver o trabalho que queremos fazer. Tinha
coisas que não sabia e fiquei sabendo. Coisas que a gente queria fazer e não
sabia que era daquele jeito. Agora sabemos.
- Aprendi várias
coisas. Ajuda a gente a ter idéias de como fazer.
- Ajudou a saber
melhor como usar essa ferramenta.
- Falando sobre os
tipos de recursos, vimos que a associação tem um grande potencial também junto
às comunidades e não só em atividades fora.
- Foi bom saber que
recurso não é só dinheiro. Cada pessoa tem que assumir e desempenhar seu papel.
Assim vai funcionar. Foi importante ver que cada um tem que reservar um tempo
para trabalhar na associação. Fazer um calendário para saber que aquele dia é
para trabalhar para a associação.
A próxima
atividade, a ser realizada no final de julho e início de agosto, será o
levantamento e priorização de problemas e o planejamento de ações da
associação, com a participação de representantes das 13 aldeias, divididas em
dois grupos, que se reunirão nas aldeias São Luis e Serrinha.