Cidadania também é para fazer juntos!

CIDADANIA TAMBÉM É PARA FAZER JUNTOS!

Associação é para fazer juntos. O título desta publicação, lançada pelo IEB - Instituto Internacional de Educação do Brasil, no início de dezembro de 2011, já exprime o que será tratado em seus capítulos: que a criação de uma associação deve ser resultado de um processo coletivo e sua atuação deve ser marcada também pela participação efetiva de seus associados.


É o resultado de 10 anos de trabalho com organizações comunitárias e regionais indígenas, quilombolas, de ribeirinhos, agricultores familiares e outros, aprofundando e atualizando o que já foi publicado anteriormente em Gestão de associações no dia-a-dia.

Este blog nasceu como um espaço para troca de conhecimentos e experiências de quem trabalha para o desenvolvimento de organizações comunitárias e outras.

A partir de 2018 passou a ser também um espaço para troca de ideias e experiências de fortalecimento da cidadania exercida no dia-a-dia, partilhando conhecimento e reflexões, produzindo e disseminando informações, participando de debates, dando sugestões, fazendo denúncias, estimulando a participação de mais pessoas na gestão das cidades onde vivem.

Quem se dispuser a publicar aqui suas reflexões e experiências pode enviar para jose.strabeli@gmail.com. Todas as postagens dos materiais enviados serão identificadas com o crédito de seus autores.

É estimulada a reprodução, publicação e uso dos materiais aqui publicados, desde que não seja para fins comerciais, bastando a citação da fonte.

José Strabeli




quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Índios do Xingu aprendem a usar planilhas eletrônicas para elaborar relatórios financeiros



Nos dias 21 a 26 de outubro, facilitei a segunda oficina de Administração Financeira para Associações do Parque Indígena Xingu, no Posto Indígena Wawi, com o apoio de Renato Mendonça e Maria Beatriz Monteiro, da equipe local do Instituto Socioambiental - ISA.

O uso de planilhas eletrônicas para a elaboração de relatórios financeiros não é novidade para algumas daquelas associações, mas em alguns casos dependiam da ajuda de assessores, principalmente para a formatação. Em várias ocasiões me disseram que queriam aprender como fazer as tabelas, inserir as fórmulas, etc. A oportunidade surgiu com essa oficina, promovida pela Associação Terra Indígena Xingu – ATIX e o ISA.

Da programação constava formatação da planilha, elaboração de Plano de Contas, lançamento de receitas e despesas, gestão de caixa e banco, conciliação bancária, leitura e interpretação do relatório.

Com 11 computadores disponíveis, 24 representantes de 9 associações se dividiram em grupos. Com auxílio de um projetor multimídia eram dados exemplos e orientações do que fariam em seguida. Durante as atividades foram orientados por mim, Bia e Renato, além do Tari, indígena que ajudei na capacitação há anos atrás, quando trabalhava na ATIX e que tem orientado vários outros.


Iniciaram pela formatação das grades para o resumo consolidado e as tabelas mensais para lançamento de receitas e despesas de caixa e banco separadamente. Em seguida inseriram fórmulas para totalização das receitas e despesas, puxar o saldo anterior do respectivo mês, calcular o saldo atual; no resumo, inseriram fórmulas para consolidar os lançamentos de cada rubrica e calcular a situação de caixa.

Aprenderam o que é conta ou rubrica e como fazer um Plano de Contas, utilizando códigos para viabilizar o funcionamento da planilha. Fizeram lançamentos com comprovantes de receitas e despesas de algumas associações presentes e conferiram, inserindo no resumo uma fórmula para somar o saldo de caixa e de banco de dezembro e subtrair o saldo atual do resumo. Nos casos em que o resultado não foi zero, foram conferir as fórmulas inseridas para corrigir.

Depois de terem feito isso uma vez, fizeram tudo novamente, sem orientação, para fixarem os conhecimentos adquiridos.

A conciliação bancária foi explicada e demonstrada para todos executando um exemplo com auxílio do projetor.

Por fim, fizemos uma análise do relatório financeiro de um projeto de uma das associações, analisando a execução de cada rubrica e a execução total do projeto, destacando que isso deve ser feito regularmente pela diretoria da associação para poderem tomar providências para refrear gastos excessivos, agilizar a execução de atividades, negociar o remanejamento de recursos remanescentes.

Foi uma experiência muito gratificante que, mais uma vez, comprovou que o conhecimento pode ser adquirido por todos, basta que se torne acessível. Os participantes saíram da oficina muito animados com as novas possibilidades da autonomia conquistada.